Edgar Carneiro - "Mar amar"

Na rubrica mensal dedicada a autores que nasceram, viveram ou ainda vivem em Espinho e que contribuíram para o desenvolvimento literário e cultural do concelho, este mês, destacamos uma das obras do poeta Edgar Carneiro que adotou, desde 1967, Espinho para viver. Nesta Praia continuou a desenvolver o seu trabalho, nomeadamente, na área da educação como professor e deu continuidade às suas criações literárias. Nos seus poemas "cantou” vivências da cidade de Espinho e das suas paisagens de mar, tendo sido presença ativa na tertúlia "Onda Poética”. 
Em 1998 foi agraciado com a medalha de mérito da edilidade espinhense e em 2009, aquando das comemorações do 36.º aniversário de elevação de Espinho a cidade, foi condecorado com a medalha de honra e o título de cidadão de Espinho. A sala de leitura de adultos da Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva ostenta o seu nome. 
A obra em destaque é "Mar amar: poemas do mar de Espinho", edição de autor, de 1992. A poesia de Edgar Carneiro integra o "Dicionário Cronológico de Autores Portugueses” da Europa-América, onde vêm inseridas apreciações críticas da sua escrita. Assim, segundo Luís de Miranda Rocha, são dois os fundamentais motivos de interesse da sua poesia: "o primeiro é o rigor da escrita – agilidade estilística, domínio de meios expressivos, economia discursiva, outras qualidades que à noção de rigor vulgarmente se associam; o segundo é a dependência no referencial em relação à realidade social, regional.”  
A outra referência é de João Gaspar Simões que "via na sua poesia através de um verbalismo que se ponderabilizou na escola dos poetas dramáticos (particularmente Torga) uma altura considerável no nosso lirismo.” Ernesto Rodrigues poeta, ficcionista, crítico, ensaísta e tradutor de húngaro "reputa-o como o nosso melhor artista em verso curto.” Para Anthero Monteiro, coordenador da "Onda Poética”, a sua poesia é "eminentemente solar, diurna, luminar, simultaneamente telúrica, quase vulcânica”, característica que remete para o amor, para a liberdade e para o sonho, sempre presentes nos seus versos, a par de uma linguagem concisa e rigorosa, mas enriquecida, não raramente, por uma temática sensitiva e plena de erotismo. 


Obras de Edgar Carneiro

1934 - Caminhos de fogo
1978 - Poemas Transmontanos 
1980 - Tempo de Guerra 
1981 - A faca no Pão 
1983 - Jogos de Amar 
1986 - Rosa Pedra 
1989 - O Signo e a Sina 
1991 - Vida Plena 
1992 - Mar Amar 
1998 - Antologia Poética
1999 - A Boca na Fonte
2000 - Lúdica 
2003 - Depois de Amanhã 
2009 - "Périplo"