Fausto Neves - Súplica a N. Senhora da Paz (Miraculosa - Hyno da Paz)

Fausto Neves - Súplica a N. Senhora da Paz (Miraculosa - Hyno da Paz)

Este mês na rubrica mensal dedicada a autores que nasceram, viveram ou ainda vivem em Espinho, e que contribuíram para o desenvolvimento literário e cultural do concelho, destacamos o maestro Fausto Neves. 
Fausto Alves de Sousa Neves, (9-01-1890 / 28-06-1955), nasceu na freguesia de S. Martinho de Argoncilhe, do concelho da Feira. Filho de Joaquim Alves de Sousa Neves, relojoeiro de profissão e mestre de banda filarmónica, que era conhecido como o "Soqueiro”. 
Fausto Neves fixou residência em Espinho e através da influência de seu pai "começou a cultivar o gosto pela música”, onde aprendeu "a tocar violino e piano e dedicou-se também ao ensino da música”. 
A sua atividade como compositor, pianista, organista e maestro foi desenvolvida em diferentes lugares e ambientes como os cafés-concerto da Praia de Espinho e no acompanhamento musical da liturgia católica. 
No Grande Casino exerceu o cargo de diretor musical durante largos anos, tendo privado com artistas nacionais e estrangeiros. Outra das suas atividades foi a de professor, onde transmitiu o seu conhecimento a várias gerações de alunos. Contudo, "a composição foi talvez o mais vasto sector que cultivou, sobretudo em obras de carácter religioso (Cânticos, Corais, Missas, Cantatas, etc.).” 
Desenvolveu e dirigiu o Orfeão de Espinho onde também criou o Rancho Juvenil de Espinho. Nesta coletividade foram dinamizados diversos espetáculos nomeadamente de beneficência. 
"Foi agraciado em vida pelo Estado com a Comenda de Benemerência. Nos 50 anos da sua morte foi-lhe concedido a título póstumo a Medalha de Honra da Cidade e o título de cidadão de Espinho”. 
Desenvolveu um trabalho colaborativo com outros poetas e libretistas, como Carlos de Moraes, Alberto Barbosa e Mário Valente. A sua obra está repartida por "quatro especialidades; música de concerto; música de opereta e revista; música regional e música religiosa.” 

Destacamos nesta rubrica uma das suas obras inseridas na música religiosa que alcançou um enorme sucesso: a "Suplica à N. Senhora da Paz” [Miraculosa Rainha dos Céus], de 1939, com letra de Carlos de Moraes. Um original desta música foi doado pela Câmara Municipal de Espinho ao Santuário de Fátima aquando da peregrinação nacional dos municípios portugueses, em 23 de julho de 1967.” 

Fausto Neves dedicou várias composições a Espinho, em parceria com os amigos Carlos de Moraes e Alberto Barbosa (Beka), a quem se referia como "a minha linda terra”.  

1941 - "Praia de Espinho”; 

1951 - "Touros em Espinho – paso doble”; 

1952 - "Sol de Espinho”; 

1953 - "No seio das Ondas” com letra de Carlos de Moraes; 

1954 - "Miss Costa Verde”, seleção da opereta de costumes de Espinho e "Fado de Espinho”, com letras de Benjamim Dias 

De teor mais patriótico: 

1943 - "Elegia”, em memória de Duarte Pacheco; 

1949 - "Portugal”, canção patriótica com letras de Alberto Barbosa (Béka) e "Berço dos Heroes” 

1942 - Marcha patriótica em homenagem ao general Óscar Carmona. 

De cariz mais humorístico a composição "Não me beijes mais” com letras de Alberto Barbosa (Béka). 


1931 - "Canções da Beira-Mar", com letras de Carlos de Moraes, Alberto Barbosa (Béka) e João do Norte, pseudónimo de José Martins da Silva 

1933 - "Vareira - Canção de Espinho”, letra de Carlos de Moraes. 

Bibliografia: Augusto, Mário.(coord.) - Fausto Neves, o grande maestro do Orfeão. In Melodias de Sempre: recordações e histórias da música. [Espinho] : Ideias e Conteúdos-Produções em Comunicação, 2020. vol. 5

Consulte no catálogo da Biblioteca a bibliografia existente do autor.