Felisberto Ferreirinha - "Seara Nova"

Na rubrica mensal, Autores Espinhenses, pretendemos dar a conhecer autores que nasceram, viveram ou ainda vivem em Espinho e que contribuíram para o desenvolvimento literário e cultural do concelho, a seleção referente ao mês de setembro incide sobre a obra de Felisberto Ferreirinha. 
Felisberto Gomes Ferreirinha, nasceu em Espinho a 21 de outubro de 1897, em Espinho faleceu em 1953, com 56 anos de idade. 
Felisberto Ferreirinha foi um ilustre jornalista e escritor espinhense. Ativo colaborador dos diários «O Primeiro de Janeiro», onde se ocupava dos problemas ultramarinos, «Lourenço Marques Guardian» e outros jornais de Moçambique onde o nosso conterrâneo permaneceu durantes muitos anos como funcionário dos caminhos de ferro. 
Nas primeiras décadas do século XX, Felisberto Ferreirinha, foi também cantor e letrista muito ativo e, alguns dos seus fados foram cantados por José Afonso. 
Em Espinho, fez parte do "Clube Alegre Mocidade de Espinho” fundado em 1911, integrou também os órgãos sociais do "Orfeão de Espinho”, em 1920. 
Felisberto Ferreirinha foi um grande admirador de Manuel Laranjeira, através da sua pena, em Agosto de 1952, a "Seara Nova” dedicou os seus números 1258-59 à figura e obra de Manuel Laranjeira. 
A sua obra encontra-se dispersa pelos diferentes jornais, o Boletim da Associação Académica de Espinho "Rumo” também tem plasmado alguns dos seus escritos. 
António Gaio, no artigo do Semanário "Maré Viva” de 28 de maio de 1987, destaca Felisberto Ferreirinha, como "um nome de um espinhense que se destacou como humanista e homem das letras”. 
Segundo o artigo escrito por Irene Lisboa, nome grande da nossa literatura, na página da Seara Nova, "Ferreirinha era um homem caloroso, ponderado e activo, diremos até que, generosamente activo, especialmente aplicado. Auto-didata, conquistou e manteve uma orientação de pensamento que se esclarecia e firmava sempre. Tinha o desejo de conhecer e de divulgar os problemas da «colonização», em particular os moçambicanos, com que lidava e se lhe antolhavam a cada passo; e temperava, dilatava mesmo esses problemas com uma sensibilidade fraterna, um calor humanitário, de verdadeiro filantropo, de homem bom. 
Oferecia-nos as suas bases de crítica, crítica que deliberada e arrojadamente fazia, tocadas de muito calor pessoal, verdade é, mas calor que as não embaciava nem tornava confusas, antes lhes conferia certa capacidade de penetração mais incisiva.  Ferreirinha foi um estudioso pertinaz desinteressado, mas apaixonado no bom sentido. Amava o pretinho (era esta a sua linguagem); amava-o de facto! E por ele penou, sem compensações de qualquer natureza. (...)” 


BRANDÃO, Francisco Azevedo - Orfeão de Espinho : 100 anos de história. [S.l.] : Orfeão de Espinho, D.L. 2013. 337, [1] p. 
Ferreirinha, Felisberto – Manuel Laranjeira. Seara Nova. [Lisboa]. N.º1258-1259. (1952) pp. 113-118 
Gaio, António - Nascente lembra Felisberto Ferreirinha. Rumo: Boletim da Associação Académica de Espinho. Ano XI, n.º 527, (1987) 
Lisboa, Irene – Felisberto Ferreirinha. Seara Nova. [Lisboa]. N.º1291-1292. (1954) 
Manuel Laranjeira : 1877-1912 : vivências e imagens de uma época / Orlando da Silva. - Vergada : O.S., D. L. 1992. - 522, [1] p. : fot. ; 31 cm. - Ed. do autor 
SILVA, Orlando da - Manuel Laranjeira : 1877-1912 : vivências e imagens de uma época. Vergada : O.S., D. L. 1992. 522, [1] p.