João do Norte - "Crónica da semana"

Na rubrica mensal "Autores espinhenses”, destacamos algumas crónicas escritas pelo autor José Martins da Silva, mais conhecido pelo pseudónimo jornalístico de João do Norte. Veio para Espinho em 1921. Trabalhou na empresa da "Casa Brandão, Gomes” permanecendo nesta enquanto a mesma laborou com normalidade. Foi, posteriormente, guarda-livros na firma portuense "Pires & Coimbra”. 
João do Norte teve um papel ativo e preponderante no que diz respeito às iniciativas de publicidade, levadas a efeito ao longo de mais de uma década, promovidas em Espinho, pautando sempre pelo seu engrandecimento, e chegou a fazer parte de algumas coletividades locais. 
O primeiro artigo que João do Norte publicou com este pseudónimo foi "O Escravo”, na "Gazeta de Espinho”, de 13 de abril de 1924. A sua última colaboração neste jornal foi no mês de setembro de 1935, aquando da edição de um número especial, onde se comemorou o 36.º aniversário da criação do Concelho de Espinho. 
O seu périplo pela escrita também ficaria ligado a uma secção intitulada "Ecos da Semana”, na 2.ª Série da "Gazeta de Espinho”, que reapareceu em março de 1924, sob a orientação do saudoso Dr. José Salvador. 
Colaborou na "Alma Nova (Ilustrada)” em setembro de 1924. 
Escreveu com Alberto Brito a revista «De cabo a rabo», representada no carnaval de 1926, e com Alberto Barbosa e Alberto Valente, a revista «Free-Kick», levada a cena em 1927, em benefício do Sporting Club de Espinho. 
Foi um dos fundadores e redator principal do "Jornal de Espinho” desde 1929 a 1933. 
Em 1931 colaborou na "Terra Lusa” em número especial dedicado a Espinho, tendo simultaneamente publicado um esplêndido número do Espinho Ilustrado, revista de propaganda. 
Escreveu várias composições poéticas, musicadas pelo maestro Fausto Neves, entre as quais, as "Canções da beira-mar”, que fizeram parte do Rancho Juvenil de Espinho. 
Os seus inúmeros artigos de propaganda também foram disseminados pelos vários jornais do Porto e de Lisboa, onde era correspondente. Anonimamente também colaborou com o jornal "Defesa de Espinho”. 
Com a sua morte em 28 de fevereiro de 1936, "Espinho perdeu um grande amigo e desinteressado servidor”, e também um dos representantes do núcleo de rapazes que colaborou na "Gazeta de Espinho”. As suas crónicas semanais "cheias de leveza, escritas em estilo leve e gracioso eram sempre motivo de uma das mais brilhantes secções do aludido jornal”. 

Recordamos, aqui, as suas primeiras crónicas publicadas no "Jornal de Espinho” de 1930.
A morte inesperada de João do Norte. In "Jornal Defesa de Espinho”. Espinho. Série 2, ano 4, n.º 207, 1936, p. 8